O Reino de Portugal queria muito saber, de maneira oficial, quantos dos seus cidadãos habitavam o Brasil. Também era importante conhecer o tamanho da população escrava, cada vez mais crescente a partir do século XVIII. Diante desta necessidade, os governos provinciais puseram em prática o trabalho de identificação por recenseamento demográfico. Em São Paulo, a tarefa foi conduzida pelo então capitão-general d. Luís António de Sousa Botelho Mourão, que assumira o posto em 22 de julho de 1765, e logo mandou contar a população.
Santos era uma modesta vila portuária, cujo movimento de embarcações era muito menor do que o registrado nos portos do nordeste ou do Rio de Janeiro. Seus moradores, assim, viviam em parte desta atividade, assim como do cultivo de subsistência, de banana, da pesca e extração de óleo de baleia.
Neste cenário, foram contabilizados 1.625 habitantes, no que ficou conhecido como o primeiro censo santista. Essas poucas almas (que caberiam tranquilamente em um dos modernos condomínios hoje existentes) residiam, em sua maioria, na área compreendida entre o Valongo e o Outeiro de Santa Catarina, com um número pequeno de habitações localizadas em sítios mais distantes.
Com um número tão reduzido de pessoas, é possível que os santistas se conhecessem uns aos outros.
Censos seguintes
Os recenseamentos foram ocorrendo sistematicamente, sem uma intercalação padrão. Foram eles: 1772 (2.081 hab), 1790 (3.145 hab), 1801 (3.446 hab), 1814 (5.128 hab), 1822 (4.781 hab), 1843 (3.500 hab), 1854 (7.855 hab), 1872 (9.171 hab), 1885 (15.605 hab), 1890 (13.012 hab), 1900 (50.389 hab), 1913 (88.967 hab), 1917 (95.365 hab), 1935 (142.059 hab), 1940 (165.568 hab), 1950 (203.562 hab), 1960 (266.785 hab), 1970 (345.456 hab), 1980 (416.677 hab), 1991 (417.052 hab), 2000 (417.975 hab), 2007 (418.288 hab) e 2010 (419.757 hab).
Tipificando moradias
No censo de 1872, aconteceu a primeira contagem e cadastramento do tipo de moradias da cidade. Santos contava com 1.160 edificações térreas, 229 prédios com dois pavimentos e apenas 18 com três andares, normalmente ocupados por hotéis ou casas de comércio.
Epidemias causam baixas
A principal causa do saldo negativo demográfico de Santos, de 1885 a 1890, foi a saúde pública. Diversas epidemias (de varíola, febre tifóide, febre amarela e peste bubônica), além da tuberculose, contribuíram para a queda populacional.
Chegada dos Imigrantes
A quantidade de imigrantes que chegava pelo Porto de Santos era absurda, desde a virada dos séculos XIX para o XX. Muitos acabavam ficando por aqui para aproveitar as oportunidades de trabalho que os negócios relacionados ao café proporcionavam. A cidade crescia a olhos vistos e sua população praticamente quadruplicou de 1890 a 1900. Nos anos seguintes a tendência continuou, chegando a cidade a ter no início da década de 40 onze vezes mais pessoas do que 50 anos antes.
Quem manda são as mulheres
O último censo realizado em Santos (pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE) mais uma vez mostrou que são as mulheres quem mandam nas estatísticas demográficas e, em muitos casos, na vida dos homens santistas. O fato novo é que Santos foi apontada como a cidade mais feminina do Brasil! São 227 mil contra 190 mil (54,2% x 45,8%).