O cão fila brasileiro, primeira raça desenvolvida no país, teve, em Santos, seu maior e mais antigo estudioso: Paulo Santos Cruz, juiz cinófilo do extinto Santos Kennel Clube (SKC). Considerado ‘pai da raça fila brasileiro’, foi ele quem, em meados da década de 1940, iniciou as tratativas para o reconhecimento mundial do cão como raça pura, pela FCI (Fédération Cynologique Internationale – Federação de Cinófilia Internacional), o que de fato acabou ocorrendo em 1952. Nesta época, o Santos Kennel Clube foi o órgão responsável pelo registro da raça, juntamente com o Brasil Kennel Clube (atual Confederação Brasileira de Cinofilia), o que fez do fila brasileiro um cão genuinamente ‘santista’.
Paulo era um morador antigo da rua Oswaldo Cruz, na casa de número 394, em terreno de muros altos, onde havia uma placa que alertava a existência de cães de grande porte. Os animais, cruzamento das raças Mastiff Inglês, Bloodhound e Bulldog Inglês, oriundos da Europa, formaram a linhagem do fila brasileiro.
O santista também foi o primeiro exportador do Fila Brasileiro para a Europa, em especial para a Alemanha, onde o animal caiu no gosto de criadores. O primeiro comprador foi o príncipe da Baviera, Rodolfo Maria Leopoldo Fernando de Wittelsbach, que recebeu um animal de três anos de idade, chamado “Dunga de Parnapuan”.
O Santos Kennel Clube, fundado em 18 de novembro de 1949, se tornou referência nacional na elaboração de estudos sobre a raça fila. Artigos da entidade santista, assinados por Paulo Cruz, eram publicados em revistas especializadas de todo o mundo, divulgando o nome da cidade de Santos, como o berço do fila brasileiro. Mais um orgulho de nossa memória.