Santos, desde as décadas finais do século 19, criava e mantinha clubes sociais que movimentavam a vida da sociedade. Muitos deles nasceram sob a insígnia do esporte e se multiplicaram a tal ponto de fazer dos santistas o povo mais esportista do Brasil.
Mas também havia aquelas agremiações que optavam em centrar suas atividades para os eventos culturais e sociais, como o Clube XV e o Atlético Santista que, apesar de esportista em sua nomenclatura, deixou de lado as competições a partir de 1936, dedicando-se exclusivamente às movimentações sociais, em especial o Carnaval.
Como registrou o famoso jornalista e cronista carnavalesco, Bandeira Júnior, “o glorioso Clube Atlético Santista entrou no cordão de Momo no tempo de “Dorinha, Meu Amor”, “Pinião, Pinião, Pinião”, “Gosto que me enrosco” e “Sou da Fuzarca”, sucessos em 1928. Foi sob a presidência de Heitor Golzi que o Atlético promoveu os mais animados bailes em sua primeira sede, ainda localizada na rua General Câmara. De lá para cá, não parou mais”.
Anos mais tarde, o Atlético mudou de endereço, se instalando em um local maior, na Rua D. Pedro, esquina com a Praça Mauá. Mas os bailes do clube aconteciam no mais elegante e concorrido salão da cidade, o da Sociedade Humanitária dos Empregados do Comércio, na Praça José Bonifácio. A festa atleticana era tão frequentada que percebeu-se a necessidade de buscar um outro lugar ainda maior.
Foi então que a agremiação adquiriu o terreno da Vila Mathias, onde ergueu se enorme ginásio, inaugurado em 1948. Foi o primeiro dos grandes ginásios da cidade. Naquele gigante de ferro e cimento armado, construído especialmente para abrigar grandes multidões, quer para práticas esportivas ou sociais, os bailes carnavalescos atleticanos atingiram o ápice, chegando a serem considerados os maiores do Estado de São Paulo, em eleição promovida na capital, com o julgamento feito por carnavalescos paulistas.
A inauguração do ginásio para a Folia de Momo aconteceu em 1949, contando com a presença da primeira Rainha do Carnaval santista, a crooner Jarina Rezende. Os bailes atleticanos foram referências por décadas.