O serviço de correios como conhecemos nos dias de hoje tiveram sua origem em fins do século XIV, quando a Europa experimentava um crescente desenvolvimento comercial e a consolidação dos estados nacionais. A escrita se disseminava graças à evolução dos seus suportes: o advento do papel e a invenção da imprensa transformaram os meios de transmissão de idéias que tanto ajudariam na divulgação dos valores humanistas na época do Renascimento.
O Brasil surgiu e sua primeira correspondência foi justamente a famosa carta de Pero Vaz de Caminha, que informava ao Rei a descoberta das novas terras. Depois disso, o “serviço” de entrega de correspondências por aqui se dava apenas na base da camaradagem, ou seja, quando alguém ia para o destino pretendido, pedia-se o favor.
Somente em 25 de janeiro de 1663, que era criado no Brasil o cargo de correio-mor, sendo seu primeiro titular Luiz Gomes da Matta Neto, que já exercia a mesma função em Portugal. Com sua nomeação, o serviço de entrega de correspondências começou a funcionar no Brasil como uma organização qualificada para receber e expedir cartas e encomendas por todo o Reino. Porém, mesmo com a criação do correio-mor no Brasil Colônia, a entrega das correspondências até meados do século XIX era muito precária. As pessoas relutavam muito em pagar os serviços, que eram caros, preferindo usar mão de obra gratuita, como os tropeiros, os bandeirantes e os escravos (mas nem sempre confiáveis).
Em Santos, a situação era a mesma do resto do país, e chegou a ficar ainda mais complicada em 26 de abril de 1730, quando o rei D.João V determinou a suspensão e proibição dos serviços, no tempo em que Antônio da Silveira Caldeira Pimentel era o capitão-general da Capitania. Somente em 1734 é que o foi restabelecido o sistema, com a nomeação, em 16 de dezembro de 1734, de João de Azevedo Loureiro para o cargo de correio-mor entre a Vila de Santos e a Capitania de S. Paulo para o Reino.
Em 20 de janeiro de 1798, durante o reinado de D.Maria I, mas sob a regência do seu filho D. João, ficou instituído, em caráter permanente, o serviço postal entre a Metrópole e o Brasil e entre as suas diversas capitanias. Assim, o correio de São Paulo a Santos foi inaugurado em 27 de julho do mesmo ano. Era um serviço essencial para os paulistanos que desejavam manter contato rápido com a capital da Colônia, já que as correspondências, depois de descer a Serra, logo embarcavam em navios que as levavam, via marítima, até o Rio de Janeiro. Além da rapidez, o serviço era mais confiável do que o criado em 1° de setembro de 1773 por Morgado de São Mateus, que utilizava estafetas (correio a cavalo). Para conduzir os trabalhos de recepção e despacho das correspondências na Vila de Santos, foi nomeado o capitão João da Costa Aguiar o primeiro administrador para o Correio santista, em 28 de julho de 1798.
Correspondência em domicílio
Em 1835, o Correio da Corte passou a fazer a entrega de correspondência em domicílio. Até então, só tinham direito a concessão, pelo Regulamento de 1829, as casas comerciais e os particulares que pagassem uma contribuição anual (de 10 a 20 mil réis). Com o novo serviço, nasciam os primeiros carteiros do jeito como conhecemos hoje. Eles tinham de usar um uniforme especial, que vinha com uma bolsa com duas divisões: uma para guardar as correspondências a distribuir e outra para a introdução de cartas pelos remetentes. Em Santos este serviço só foi iniciado em 21 de dezembro de 1844.
Em 1852, o telégrafo era introduzido no Brasil e as pessoas que faziam a entrega de telegramas passaram a ser chamadas de mensageiros, enquanto que os que entregavam correspondências normais mantiveram o rótulo de carteiros, até hoje uma designação privativa dos serviços dos Correios.
Os prédios dos Correios
O serviço postal santista funcionou inicialmente numa pequena sala do antigo prédio do Colégio dos Jesuítas, junto à Alfândega, até que na década de 1880 passou a ocupar um espaço no pavimento exterior do Convento do Carmo. Neste local, além do controle da distribuição de correspondências para os santistas, havia o serviço de expedição de malas, seja para quem fosse viajar para o interior pelos trens da São Paulo Railway, ou para a vizinha São Vicente, por trem (dos Emmerich). Também faziam todo o trâmite de despacho de malas para quem fosse viajar pelos vapores que aportavam em Santos, principalmente para o Sul do “Império” (a República ainda não havia sido proclamada).
A repartição também era responsável pela coleta de cartas depositadas nas sete caixas urbanas espalhadas pela cidade, sendo que duas delas ficavam na região da praia da Barra (atual orla). Esta coleta era feita três vezes, todos os dias, nos horários das 8, 13 e 17 horas.
Um pouco mais à frente, perto da virada do século XIX para o XX, toda a estrutura dos correios se mudou para um imponente edifício localizado no Largo do Rosário (Praça Rui Barbosa). O prédio, retratado em inúmeras imagens pela sua exuberância, foi utilizado até 1924, quando o serviço de correios foi transferido para a Praça Mauá, entre as ruas D. Pedro II e Augusto Severo, onde está até hoje (atual rua Cidade de Toledo), sendo o novo edifício inaugurado em 30 de novembro. A unidade de Santos logo se tornou referência em todo o estado de São Paulo, pelos serviços de “Colis Posteaux” (Serviço internacional de importação de remessas contendo mercadorias e outros produtos), instalado em 23 de dezembro de 1924, por decreto-lei que autorizou a sua execução diretamente à administração de Santos, assim como ao de outras localidades.
A ECT
Quando ocorreu a criação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em substituição ao antigo Departamento de Correios e Telégrafos (DCT) do Ministério da Viação, em 20 de março de 1969, o serviço passou para as mãos do Ministério das Comunicações.
Agências e caixas de coleta
Além do prédio sede dos serviços de correios, Santos tem, atualmente 13 agências de postagem, sendo cinco agências da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), seis franqueadas, uma comunitária e uma agência comercial terceirizada.