Jarina, a crooner que se tornou a primeira Rainha do Carnaval de Santos

A bela crooner do Cassino Atlântico venceu o concurso idealizado pela jornalista Rosinha Mastrângelo.

Desde que o Carnaval Santista começou a ser organizado pelas sociedades carnavalescas, a partir de 1858, a figura equivalente à de uma “rainha” era exercido, em alguns poucos grupos, por “madrinhas” destas próprias entidades ou de seus estandartes (bandeiras).

Em fevereiro de 1928, durante uma festa familiar promovida pelo Éden Clube Santista no Cassino do Monte Serrat, o termo “Rainha do Carnaval” foi utilizado pela primeira vez em Santos, embora restrito à festa em questão e não aos festejos pela cidade. Esta brincadeira se repetiria somente em 1946 no baile do Santos Futebol Clube, ocasião em que, inclusive, ocorreu uma espécie de concurso para eleger a “Rainha do Carnaval”, vencido pela senhorita Marlene Marinho Sá. Porém, novamente, o reinado da felizarda se restringiu apenas às paredes do salão de baile em questão.

Em 1949, os santistas clamavam por um novo Rei Momo legítimo da cidade. O primeiro soberano da folia em Santos, Eugênio de Almeida, o popular “Tosca”, eleito em 1935 por meio de uma promoção da Rádio Atlântica, só reinara por dois anos (1935-1936). Nos seguintes, não existiram “Momos” na cidade santista, a não ser alguns “picaretas”, como escrevera o historiador do Carnaval Bandeira Júnior, que “desciam de São Paulo, acompanhado por uma corte de palhaços, uma Rainha Moma (?!) e um indefectível e imoral Livro de Ouro” (para arrecadação de recursos visando o pagamento da “Corte” invasora).

Entretanto, ao invés de coroar um Momo legítimo para a cidade, Santos testemunhou o surgimento de sua primeira “rainha”, mas uma que reinasse para toda a cidade durante os festejos momísticos. Em concurso promovido pelo jornal “O Diário”, sob a batuta da jornalista Rosinha Mastrângelo, que assinava uma coluna carnavalesca com o pseudônimo “Pierrot Azul”, foi eleita, entre dezenas de candidatas, a “crooner” (cantora) do Cassino Atlântico, representante do Bloco “Babies do Jardim da Infância”, senhorita Jarina Rezende.

Jarina, em um de seus compromissos como a Rainha do Carnaval Santista de 1949.

Assim, em 1949, a Rainha Santista não teve seu par e acabou reinando absoluta nos bailes e eventos carnavalescos da cidade. Talvez esse tenha sido o grande impulso para que o mesmo jornal “O Diário”, promovesse, no ano seguinte, concurso semelhante para a eleição do Rei Momo, que acabou vencido, em 1950, pelo inigualável Waldemar Esteves da Cunha (que se sustentou como Momo por mais de 40 anos).

Mas em 1950, Jarina não teria a oportunidade de reinar ao lado de um “Rei”. Naquele ano, novo concurso foi realizado e a pioneira majestade entregou o cetro para a representante do Rancho Unidos do Morro de São Bento, a senhorita Marlene Sardinha.

À lembrança da Primeira Majestade, a bela Jarina, fica esta linda imagem clicada durante o seu curto, mas brilhante reinado, marcado indelevelmente na história do Carnaval Santista.

 

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