Santa Cecília – de escola primária a complexo universitário de ponta

Milton Teixeira (na fila de cima, à direita) foi o grande visionário que soube transformar uma modesta escola primária em um dos maiores complexos universitários da história de Santos. Na foto, tirada em 1963, os primeiros professores do Santa (Geraldo Gonçalves, Reginaldo Ramos e Milton Teixeira – em cima; Lúcia Gonçalves, Elsa Possati Minardi, Regina Lúcia Lopes Dabus e Marilisa Grottone – embaixo).

A história desta tradicional universidade santista começou modesta, como uma pequena escola primária, o Colégio Santa Cecília, fundado em 16 de maio de 1932 pelas mãos da professora Cecília Marques. Sua primeira sede foi um sobradão localizado na esquina da avenida Rodrigues Alves com a rua Silva Jardim (o imóvel ainda existe no local). Em 1961, o colégio foi vendido para a família Teixeira, tendo à frente o jovem professor Milton e sua esposa Nilza Pirilo, que implantam no “Casarão Amarelo” (como era conhecido o colégio) uma nova dinâmica de ensino. No ano seguinte a instituição passou a se chamar “Ginásio Santa Cecília” e a mantenedora “Associação Educacional Santa Cecília”. Em 1966, o colégio se transferiu para outro endereço, desta vez na Vila Mathias, na rua Luís de Camões, 22.

Adotando uma política de auxílio aos mais necessitados, a instituição criou, em 1967, o Lar Infantil Santa Rita de Cássia, para atender crianças de 3 a 10 anos, fornecendo alimentos e bolsas de estudo. Dois anos depois, Milton comprou o imóvel onde estava instalado o Colégio Monte Serrat que, por sua vez, estava encerrando suas atividades, na rua Oswaldo Cruz, 266. O novo espaço, bem mais amplo que as sedes anteriores do Ginásio Santa Cecília, foi ocupado naquele mesmo ano. Na sequência, Teixeira cria o Isesc (Instituto Superior de Educação Santa Cecília), assumindo o compromisso de implantar na instituição o ensino superior. Essas atividades sua iniciadas em 1969, quando é implementado o Curso Técnico de Contabilidade.

Em 1971, o Isesc criaria seu primeiro curso de ensino superior, o de Engenharia Operacional, ministrado à noite no prédio do Ginásio Santa Cecília. Ele foi um dos primeiros cursos superiores noturnos do país.

A partir daí, Milton Teixeira passou a instituir outros cursos superiores, oferecendo para os santistas novas perspectivas para o estudo acadêmico. Foram criados o curso de Artes Plásticas (com licenciatura e bacharelado), em 1973; Licenciatura em Matemática, Mecânica, Eletrônica, Química, Magistério de 1º grau e Laboratorista de Análises Clínicas, em 1975; Engenharia de Segurança do Trabalho, Engenharia Civil, em 1976; Engenharia Industrial Elétrica e Engenharia Industrial Mecânica (desmembradas do curso de Engenharia Operacional), em 1978; e Formação Profissionalizante Básica- Setor Secundário, em 1979.

Ginásio Santa Cecília, na Avenida Rodrigues Alves.

Dentro deste período iniciaram-se também as atividades da Diretoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unisanta (1976), para o curso de Engenharia de Segurança do Trabalho.

Em 10 de maio de 1984, o Governo Federal aprovou a fusão do ISESC com o Centro de Estudos Unificados Bandeirantes (Ceuban), dando origem à Sociedade Universitária de Santos (Susan). Desta união nasceria a Universidade Santa Cecília dos Bandeirantes (Uniceb), que manteve por alguns anos dois Campus: o Santa Cecília, no Boqueirão e o Bandeirantes, na Vila Nova.

Diversos outros cursos foram surgindo os de Ciências Biológicas, Ciência da Computação e Engenharia Eletrônica (1986); Engenharia Química,  Jornalismo e Publicidade e Propaganda (1992); Arquitetura e Urbanismo, Administração, Direito, Engenharia de Computação e Fisioterapia (1996).

Aquele ano de 1996 marcava também o fim da parceria entre a Ceuban e Isesc, cujo desmembramento foi autorizado pelo Ministério da Educação e Desporto em 23 de fevereiro. Assim, cada um dos grupos voltava a ter sua identidade anterior. O Isesc, por sua vez, passou a ser chamado Unisanta – Universidade Santa Cecília.

Prédio da Oswaldo Cruz, 266

No ano seguinte, Milton e Nilza, reforçados pela ajuda dos filhos Lúcia, Silvia e Marcelo, criavam os cursos de Educação Física e Esporte e o de Odontologia. Em 1999, entrava em ação o curso de Engenharia de Telecomunicações e, em 2000, o de Farmácia. A esta altura, a Unisanta já se consolidava como uma das universidades mais influentes do Estado de São Paulo. Novos prédios foram construídos e outros adaptados ao bairro do Boqueirão, formando um enorme e complexo Campus Acadêmico, ocupando uma área de mais de 45 mil metros quadrados, com 117 salas de aula, 78 laboratórios, 3 bibliotecas e 28 salas-ambiente, entre elas o Escritório Modelo de Engenharia, oficinas e ateliês de Cerâmica, Escultura, Gravura, Agência de Publicidade, estúdios de TV, Rádio, Fotografia, Redação e outras.

Em 1997, o Grupo Santa Cecília, adquiria uma concessão de TV, e criaria a TV Santa Cecília, canal 49UHF. O novo meio de comunicação daria impulso para uma série de cursos acadêmicos. Dois anos depois seria criada a Santa Cecília FM, operando na frequência 107,7 Mhz. Já no novo milênio era a vez do Santa Portal, na internet.

Ao final da primeira década de 2000, o Colégio e Universidade Santa Cecília já reuniam mais de 15 mil alunos, do pré-escolar até a pós-graduação, além de cerca de 1.500 funcionários.

Vista aérea do Grupo Santa Cecília em 2010.

O Grupo Santa Cecília também tem investido muito no esporte ao longo dos anos, principalmente nas atividades aquáticas, como natação, se tornado inclusive uma referência nacional reconhecida pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), uma potência universitária na natação. Hoje possui um complexo esportivo, com piscina olímpica, quadras e ginásio para prática de basquete, vôlei, futsal, tênis, entre outras.

Enfim, uma case de sucesso na educação que, em 60 anos de existência, sofreu, de fato, uma grande metamorfose.