Não há campeonato de futebol na Europa que não conte com, ao menos, um jogador de origem brasileira. E, via de regra, os atletas do “país do futebol”, fazem bonito nos gramados do Velho Mundo. Vários chegaram ao topo da fama, como Romário, Ronaldo, Rivaldo, Kaká, Ronaldinho Gaúcho e, agora, Neymar.
Mas bem lá atrás, quando o futebol nem era o principal esporte tupiniquim (havia outros como o remo), um santista de origem, Ari Patusca, filho de Sizino Coltaino Martins Patusca, primeiro presidente e fundador do que viria ser o mítico Santos Futebol Clube, foi estudar na Suíça, no início da década de 1910. E lá na cidade onde estava participou como atleta do Sportclub Brühl St. Gallen, chegou a ser campeão suíço na temporada 1914-1915. Consequentemente o primeiro brasileiro campeão de futebol fora de seu país de origem.
Concluídos os estudos naquele mesmo ano, Ari voltou ao Brasil com uma bagagem intelectual e esportiva. Aqui, o time que fora presidido pelo seu pai, o abrigou em suas fileiras. Era a estrela do modesto time praiano, que dava seus primeiros passos no esporte trazido justamente da Europa. Ari esteve na estreia do alvinegro no Campeonato Paulista de Futebol de 1916. Naquele mesmo ano, um fato curioso. O Santos pretendia disputar o paulista, assim como o Campeonato Santista. A Liga Paulista não permitiu. O jeito foi criar outro nome, provisório, para o clube: União FC. E com as cores do União (o Santos FC disfarçado), Ari jogou uma das suas mais marcantes partidas, marcando seis gols, dois oito que golearam o time da São Paulo Railway (SPR).
Ari pendurou as chuteiras em 1922. No ano seguinte faleceu, em 4 de dezembro. Mas o seu nome ficou marcado, e o sobrenome continuou vivo, e bem vivo, nos pés do irmão mais novo, Araken, primeiro grande ídolo do Santos antes da Era Pelé, principal responsável pelo primeiro título paulista do Santos, em 1935.
Os Patuscas, assim, construíram um sobrenome de peso no mundo futebolístico para a historia do Brasil.