Tá pensando que esse negócio de aplique de cabelo é coisa nova? Pois saiba que em março de 1878, ou seja, há 136 anos, um lote de cabelos artificiais desembarcou no Porto de Santos com destino ao comércio da capital paulista e movimentou sobremaneira o mercado da beleza. O negócio figurava como o supra sumo do desejo feminino da época, ideal para a feitura de tranças vistosas e “chiques”.
O produto era tão perfeito que um estabelecimento paulistano, a LOJA DA BARATEZA, publicou anúncio nos jornais da capital alardeando aos quatro campos que até “os senhores conferentes da Alfândega de Santos, peritos na matéria, atestaram que os fios eram de cabelo humano e não imitação”.
Não se tem notícias se houve algum tipo de inquérito administrativo para apurar a suposta “mancada” dos conferentes alfandegários santistas “peritos” em cabeleiras. Mas, certamente, causou muita estranheza a alegação marqueteira da LOJA DA BARATEZA em divulgar o engano dos responsáveis em tributar produtos importados.
Afinal, qual seria o imposto de fios artificiais? Seriam semelhantes ao de cabelos humanos?
Discussões tributárias à parte, as senhoras paulistanas passaram a ostentar cabeleiras “Made in Paris”.