A educação em Santos começou pelas mãos dos jesuítas, que aqui criaram as primeiras casas de formação sacerdotal. Em 1585, era fundado o Colégio dos Jesuítas, também chamado de Colégio de São Miguel da Vila de Santos, que se instalou inicialmente no prédio Conselho Municipal (A Câmara de Vereadores da época), imóvel que fora cedido aos religiosos por ato de 26 de março daquele ano.
Após a expulsão dos jesuítas do país, em 1759, Santos ficou por nove anos à deriva no que se referia à educação. A maioria esmagadora da população era analfabeta, ficando a pouca sabedoria nas mãos dos religiosos que residiam na cidade (carmelitas, franciscanos e beneditinos) e de algumas autoridades.
Foi então, que a partir de 1768, foram instituídas e organizadas as “aulas régias”, em um momento em que o Estado assumia a responsabilidade pela educação de seu povo.
Na Vila de Santos, consta que em 1801 havia dois professores, sendo um de gramática latina e um de primeiras letras (alfabetização). Em 1816, o pintor Manoel da Costa Athaíde solicitou uma aula régia de desenho em Vila Rica, obtendo a aprovação.
As primeiras escolas
A situação do ensino santista na primeira metade do século XIX era bastante precária. Os filhos das famílias mais abastadas, via de regra, abandonavam a cidade para estudar na capital paulista, no Rio de Janeiro ou até em Lisboa ou Coimbra, onde havia uma das maiores universidades do Mundo, onde passaram os santistas Alexandre de Gusmão, José Bonifácio de Andrada e seus irmãos, Martim Francisco e Antonio Carlos.
Na cidade santista, o ensino continuava sendo provido pelos professores que recebiam do Estado, como também por alguns padres, que lecionavam aos mais necessitados ou àqueles que desejavam seguir o ofício religioso. Havia também quem dava aulas “particulares”. Eis alguns nomes que marcaram história na cidade no século XIX: Mestre João Floriano, que ministrava aulas particulares de latim; padre Manoel Francisco Vilela, da Igreja do Carmo; José Luís de Morais e Castro, natural da cidade do Porto (Portugal), enviado pela Mesa Censória de Lisboa para lecionar em Santos; Padre Dickercheid; Padre Joaquim José de Santana; Padre José Xavier de Toledo; Frei D. Manoel da Ressurreição; José Luiz de Mello; Augusto Freire da Silva; Júlio Ribeiro; Silva Jardim; Henrique Braga e Benedito Calixto, que lecionava desenho e história.
Foi na segunda metade do século XIX que também começaram a surgir os primeiros estabelecimentos dedicados ao conhecimento geral, dentre os quais a Escola do Povo, fundada a 9 de setembro de 1878, e que ficava no Largo da Coroação nº 11 (hoje Praça Mauá), instalada na residência do prof. Antônio Manoel Fernandes; o Colégio “Juvenato Santista”, do prof. Tiburtino Mondin Pestana; o Colégio do prof. João Anta; a Escola do prof. Francisco Gonçalves Barroso, instalada na Rua do Rosário esquina da Rua Itororó; a Escola de D. Leopoldina Thomaz Coelho; a Escola de Eugênio Porchat de Assis; a Escola do prof. Tarquínio Silva; o Grupo Escolar Olavo Bilac, localizado na Rua D. Pedro II, onde hoje está a Caixa Econômica Estadual; o Instituto Santista e o Colégio Rentscheller – os melhores da cidade, na época; o Convento Santo Antônio e, finalmente, no final do século, a Escola Barnabé, criada por Decreto Estadual, a 5 de maio de 1902, nos termos da doação testamentária de Francisco Vaz de Carvalho, de 1894.
Depois disso surgiram centenas de escolas, públicas e privadas, responsáveis pela formação intelectual dos santistas.