Santos pôde se gabar de ter saído na frente da capital paulista no que se refere ao sistema de transporte em bondes puxados a tração animal, inaugurado em 9 outubro de 1871 (contra 12 de outubro de 1872 na cidade de São Paulo). Porém, na transformação para o sistema eletrificado, os santistas ficaram bastante atrás dos paulistanos. O sistema de bonde elétrico em Santos foi oficialmente inaugurado na cidade praiana em 28 de abril de 1909. Já em São Paulo, o sistema já contava com linhas eletrificadas desde 6 de maio de 1900. O “atraso” na implantação do novo sistema deu-se pela indecisão das duas operadoras do transporte em bondes em Santos: a Ferrocarril Santista e a The City of Santos Improvments. Em má situação financeiras, a Ferrocarril acabou incorporada pela rival inglesa em 1905, o que tornou a “City” a monopolista do serviço. A compra da empresa concorrente esvaziou os cofres dos ingleses, que tiveram que esperar um pouco mais para implantar a eletrificação das linhas, fato que justamente só veio a ocorrer em 1909.
De início foram apenas duas, as primeiras linhas eletrificadas: a número 1, que faria o trajeto Santos-São Vicente, via Matadouro (onde está o Sesi, na Avenida Nossa Senhora de Fátima, Zona Noroeste) e a número 2, que também tinha como destino a cidade de São Vicente, porém trafegando no sentido da avenida Ana Costa até o Gonzaga e, de lá, até a cidade vicentina, passando pelas praias do José Menino e Itararé.
No entanto, por conta do atraso na instalação de postes na Zona Noroeste, a inauguração oficial só aconteceu pela linha praiana, ocorrida num dia de muito sol e festa.
Cidade cresceu graças aos bondes
O bonde foi a mola propulsora para o desenvolvimento da cidade de Santos, que avançava do seu antigo centro para a região da orla. Os carris, como também eram chamados, se tornaram parte integrante da paisagem santista, tomando conta das ruas e do coração das pessoas.