Nas primeiras décadas do Século XX, Santos viveu o auge da riqueza do café, produto que transformara a vida paulista desde meados do século anterior. Junto com o desenvolvimento econômico da cidade, surgiram alguns hotéis de característica luxuosa no centro santista, responsáveis por abrigar empresários, executivos de empresas multinacionais e representantes de países com o qual o Brasil mantinha forte relação comercial, sobretudo quanto o assunto era justamente o café. Há de se destacar a presença, dentre tantos estabelecimentos da hotelaria local, de dois empreendimentos que primavam pela qualidade de atendimento e conforto: O Grand Hotel La Rotisserie Sportsman e o Santos Hotel, cujos detalhes históricos seguem:
Grand Hotel La Rotisserie Sportsman
Foi um dos estabelecimentos mais tradicionais do centro santista, localizado em toda a frontal do quarteirão da rua Riachuelo, com Praça Mauá e rua XV de Novembro (espaço ocupado pela agência do Santander – ex-Banespa da Praça Mauá). Por muito tempo foi referência importante da sociedade santista. Não há registros da data de sua inauguração original, mas sim de sua reinauguração, ocorrida em 21 de abril de 1910, sob o comando do empresário João Serracchioli, conhecido na cidade como João Careca. Em anúncio publicado em 1912, o hotel era apresentado como o melhor e mais bem situado na cidade, contando com esplêndidos salões para recepções e banquetes, além de quartos para banhos. No bar eram servidos completo sortimento de bebidas, chopes e sorvetes. Nas noites, havia concertos de música no restaurante do hotel, tido como o mais “chic” de Santos.
Santos Hotel
Inaugurado em 1925, era considerado o hotel mais luxuoso do centro da cidade, situado na Praça Barão do Rio Branco. O empreendimento foi construído sobre a estrutura básica do Palacete de José Domingues Martins, proprietário do imóvel. No entanto, Martins, que falecera em 1924, acabou não vendo a obra do hotel concluir e o local terminou arrendado à firma Solazzini & Bruno. O Hotel Santos oferecia 150 apartamentos, todos equipados com banhos. Por estar ao lado do porto santista, era o mais procurado pelos imigrantes que chegavam de todas as partes do mundo. Funcionou por 25 anos neste endereço, até que foi demolido para dar lugar ao prédio do Instituto Brasileiro do Café (IBC), que passou à Polícia Federal quando esse instituto foi reformulado na década final do século XX. Hoje o local abriga o Tribunal de Justiça Federal.