Em 1957, no auge do otimismo modernista que marcava o Brasil de Juscelino Kubitschek, Santos incorporava ao seu cenário urbano um exemplo notável da integração entre arte e arquitetura: um posto Texaco, localizado na zona intermediária da cidade, com frente para a avenida Conselheiro Nébias. Projetado pelo arquiteto Oswaldo Corrêa Gonçalves, com colaboração de Osmar Antonio Tosi, o imóvel destacava-se pelas linhas arrojadas, amplos vãos envidraçados e pela marquise de forma plástica vigorosa — um símbolo da estética funcional e elegante que definia o modernismo paulista. No teto da cobertura, um grande painel criado pelo pintor Irenio Guerreiro Maia, que fora assistente de Di Cavalcanti (que, certamente, lhe influenciou bastante), conferia identidade artística à construção, tornando-se uma das primeiras obras do gênero no Brasil. O painel, em óleo sobre estrutura arquitetônica, refletia as tendências do abstracionismo geométrico e do muralismo integrativo, aproximando Santos do movimento que transformava o país em um laboratório de arte e urbanismo modernos. A inauguração do posto Texaco consolidou-se, assim, como um ponto importante da paisagem santista e da fase em que a cidade abraçava o diálogo entre arte, progresso e arquitetura, alinhando-se ao espírito de modernidade que caracterizava o Brasil dos anos 1950.
As imagens desta postagem foram originalmente publicadas na edição nº 226 da Revista Acrópole, de agosto de 1957. Algumas delas foram posteriormente colorizadas com o uso de Inteligência Artificial, razão pela qual podem não reproduzir fielmente as cores e detalhes originais da obra.
