Série Bondes de Santos: Fábrica pioneira e recorde em trilhos

A Fábrica de bondes da City, na Vila Mathias, em foto do começo do século XX.
A Fábrica de bondes da City, na Vila Mathias, em foto do começo do século XX.

 

A cidade de Santos tinha uma relação muito especial com os bondes. Como já falamos nas edições anteriores, a cidade inaugurou o sistema um ano antes da capital paulista, em 1871, e teve suas rotas eletrificadas a partir de 1909.

Os bondes representaram o progresso geográfico para os santistas. Graças aos carris e suas linhas, a cidade pode expandir seus bairros para a região da orla e também para a atual Zona Noroeste. Em poucos anos, Santos tinha tantos quilômetros de trilhos, que foi considerada a cidade com maior cobertura per capita do Brasil (1 km de linha para cada 1.350 habitantes).

A identidade santista com os bondes não parou por aí. Em 1912, a The City of Santos Improvements (concessionária dos serviços de transporte coletivo em Santos) resolveu inovar, construindo a primeira fábrica de bondes da América Latina, na região do bairro da Vila Mathias (no edifício hoje ocupado pela CET de Santos). Nas oficinas da City nasceu, por exemplo, a primeira locomotiva elétrica do país.

Santos se tornou em pouco tempo uma cidade especial para os bondes. Em 1912, a City começou a fabricar seus próprios veículos nas oficinas da Vila Mathias, sendo esta a primeira fábrica de bondes do país e da América do Sul. Neste mesmo ano a cidade produziu a primeira locomotiva elétrica brasileira.

Nas oficinas da City também saíram grandes experimentos, como os bondes tanque de água, articulados e o aproveitamento dos antigos carris puxados a burro para servirem de reboque dos elétricos, onde o passageiro pagava um preço mais em conta.

Como se vê, Santos e os bondes possuíram e ainda possuem uma forte relação emotiva. Não é à toa que é a cidade brasileira que ainda conta com uma frota de bondes circulantes, além do funicular do Monte Serrat (também considerado um bonde).

 

O bonde elétrico trafega pela Rangel Pestana. Ao fundo, a Fábrica de Bondes da City. A Fumaça sai da estação de produção de energia de gás de carvão.
O bonde elétrico trafega pela Rangel Pestana. Ao fundo, a Fábrica de Bondes da City. A Fumaça sai da estação de produção de energia de gás de carvão.
A oficina da City funcionou por muitos anos, passando inclusive ao passivo da SMTC e depois CSTC.
A oficina da City funcionou por muitos anos, passando inclusive ao passivo da SMTC e depois CSTC.
Imagem da Fábrica e Garagem dos Bondes, com vários carris perfilados, na décadas de 1910.
Imagem da Fábrica e Garagem dos Bondes, com vários carris perfilados, na décadas de 1910.

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