No dia de Tiradentes, aventureiros saltam de paraquedas e entusiasmam santistas

Sebastião Almeida é carregado em triunfo pelo colega de guarda civil, Lupércio Mussi, o Bigode. Seu salto arrojado deixou o povo santista em êxtase.

Santos, 21 de abril de 1954. O guarda civil Sebastião Teodoro de Almeida estava em queda livre. Ele havia sido lançado por uma aeronave a cerca de 1.500 metros de altitude entre as ilhas de São Vicente e Santo Amaro. Uma multidão assustada olhava a cena, na Ponta da Praia. O pequeno ponto de forma humana se aproximava a velocidade assustadora, até que, pouco mais de 500 metros do solo praiano, veio o alívio. O paraquedas do aviador se abriu, no limite possível. O povo santista vibrou! O que pareceu para os incautos uma cena trágica, era, na verdade, um festival de ousadias, protagonizadas por habilidosos paraquedistas, em ação coordenada pelo Aero Clube de Santos e Círculo Militar. Além de Sebastião Almeida, que apresentou um salto “retardado”, abrindo o equipamento a cerca de 500 metros do solo, o espetáculo foi completado pelos aventureiros Ari Vicente Gomes, Oclield Valter Eduardo e Dorival Moreira Oliveira.

O festival de bravuras fez parte das comemorações ao Dia de Tiradentes, feriado nacional. Os santistas lotaram as imediações da Ponta da Praia para ver de perto a cena inusitada. Entre as pessoas que colaboravam na organização do evento estava o conhecido guarda civil Lupércio Mussi, o Bigode, que ajudou a recolher do mar, com outras pessoas, o paraquedas de seu colega de corporação. Entusiasmado com a festa e o feito do aventureiro, pelo salto perigoso, com retardo na abertura dos paraquedas, Bigode tomou Sebastião nos ombros para carrega-lo em triunfo, provocando o delírio das pessoas que assistiam.

Após o festival, coroado de êxito, os aventureiros e organizadores participaram de um animado almoço promovido pelo Círculo Militar na Fortaleza da Barra Grande.

O paraquedas de Sebastião Almeida é recolhido pelos colegas da guarda civil.