O telégrafo em Santos

Nessa belíssima imagem aérea, pode ser vista a torre do relógio da Western Tekegraph, ao fundo, ao lado da torre da Bolsa do Café
Nessa belíssima imagem aérea, pode ser vista a torre do relógio da Western Tekegraph, ao fundo, ao lado da torre da Bolsa do Café

O telégrafo (transmissão de mensagens via sinais elétricos) foi uma das maiores invenções do homem e revolucionou o modo de comunicação bem antes do surgimento do telefone. Desde suas primeiras experiências, em 1747, até o surgimento do Código Morse, em 1844, foi um equipamento que avançou envolvendo cientistas e estudiosos de várias partes do mundo. No Brasil foi instalado pela primeira vez em 11 de maio de 1852, numa linha de transmissão entre a Quinta Imperial e o Quartel do Campo, no Rio de Janeiro.

A novidade demorou um pouco para ser difundida, principalmente pela falta de tecnologia e profissionais gabaritados para exercer as funções vitais do serviço. Como em muitos setores públicos, foram os ingleses os maiores interessados em explorar no Brasil o serviço telegráfico. Assim, em 1873, desembarcava na capital imperial a The Western and Brazilian Telegraph Company Ld., cujo escritório central ficava em Londres. A empresa logo passou a instalar postes e fios por todo o país, assim como cabos submarinos para lugares como o Cabo Verde, Portugal, Argentina e Uruguai.

Em Santos, a Western, como ficaria popularmente conhecida, se instalou em 1906 em um pequeno escritório na Praça Mauá, 14. Quatro anos depois mudaria para a Praça Azevedo Júnior, 18 e, em 1916, para o Largo Senador Vergueiro, onde instalou-se num prédio especialmente construído para a empresa. O edifício, belíssimo, ostentava um enorme relógio, símbolo da pontualidade britânica na cidade. Os serviços telegráficos da Western só se encerraram em 1973, após o fim do contrato de concessão de 100 anos, que havia sido celebrado com o Brasil. A Western foi a empresa que mais tempo atuou com o serviço telegráfico na cidade santista.

Outras empresas telegráficas

Além da Western, Santos abrigou outras empresas que ofereciam igualmente os serviços de telegrafia. Era o caso da norte-americana “All America Cables”, que havia instalado cabos submarinos para os países da Bacia do Prata (Uruguai e Argentina) e, de lá, o sistema passava pelo Chile, Peru, Equador, Colômbia, América Central e Caribe, até chegar em Nova York. Uma terceira empresa em atividade em Santos era a Italcable (Cia. Italiana dei Cavi Telegrafici Sottomarini), que tinha como forte o serviço de mensagens para a Europa, em especial para a Itália. Seu escritório ficava na rua XV de Novembro, ao lado do prédio da Associação Comercial. A Companhia Italiana sofreu, em 20 de Julho de 1942, intervenção federal, por conta da Segunda Grande Guerra na Europa. Em 7 de março de 1946, de acordo com o Decreto Lei 9.044, a empresa seria incorporada ao Departamento de Correios e Telégrafos do Brasil.

Além das três companhias já citadas, especializadas em comunicação, outras duas também ofereciam o serviço telegráfico, embora com menor experiência no setor. Eram das ferrovias São Paulo Railway e Estrada de Ferro Sorocabana.

 

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