Patrícia Galvão, Pagu, é homenageada com o nome de um Largo no aniversário de Santos em 1963

O dia era do aniversário de 124 anos da cidade de Santos (ainda não se comemorava contando-se a partir da fundação da vila, em 1546). Entre os eventos para 1963, a municipalidade reservou uma homenagem póstuma à jornalista e ativista cultural Patrícia Galvão (falecida em 12 de dezembro de 1962), batizando um largo na entrada da cidade com o seu nome. O evento contou com as presenças dos jornalistas Geraldo Ferraz (último companheiro de Pagu); Clóvis Galvão (sobrinho) e da senhora Syderia Galvão Pedroso (irmã). O Largo Patrícia Galvão, incrustrado no Morro do Saboó, foi preparado com jardins e uma cascata, embelezando a entrada da cidade santista.

Na oportunidade, o então prefeito de Santos, José Gomes, disse que a intenção do governo municipal, ao ligar aquele centro público destinado especialmente às crianças, ao nome de Pagu, era promover uma correlação do trabalho da jornalista com a questão educativa, cultural e política. “O poético recanto fica bem com o nome de Patrícia Galvão”, disse o prefeito na ocasião.

Na imagem, Syderia aparece com vestido estampado (quarta da esquerda para direita), ao lado da filha e do marido. O prefeito José Gomes (ao centro, de terno escuro e gravata) abraço o ex-companheiro de Pagu, o jornalista Geraldo Ferraz (de terno claro e óculos escuros). Na ponta direita, o deputado Athiê Jorge Coury.

O ex-companheiro de Pagu aproveitou a ocasião para deixar algumas palavras. Disse ele: “Caberia agradecer em nome da família de Patrícia Galvão a homenagem que fica nesta praça. Mas falar em nome de algumas poucas pessoas que a acompanharam mais de perto em sua vida, como satélites de sua trajetória, seria restringir o sentido que Patrícia guardava em suas relações de cidadã do mundo. Ela não nos pertencia, nem se pertencia. Sua família não se confinava num lar, nem nos interesses imediatos de parentesco. Sua família era a grande família humana de todos os continentes, os humilhados e ofendidos, mas, principalmente, as crianças, os adolescentes, os jovens. Ao deixar suas atividades de militante política, ela dizia  – eu queria de agora em diante dar a minha mão a todas as crianças da Terra.”

Quanto à sua família santista, desde os escoteirinhos, de quem era madrinha, aos amadores e aos estudantes de teatro, à Comissão Municipal de Cultura que a convocara nos últimos meses de sua vida, a todos amava com esse amor consequente que busca a realização e vive de seu objetivo criador. Desborda, com vedes, de uma simples faixa de genealogia e de um lar, o que era a família de Patrícia Galvão.

O evento contou com várias personalidades políticas locais, como os deputados Athiê Jorge Coury.

O Largo Patrícia Galvão embelezava a entrada da cidade com seu jardim e cachoeira.